domingo, 28 de setembro de 2014

A prisão de lassance

Os alimentos básicos já havia acabado,tínhamos fome e nao tinhamos tempo equipamento e nem isca para conseguir algum alimento, a ansiedade para chegar na cidade seguinte era muita, as remadas eram forte e precisas, as canos deslisavam pelo grande Rio e parecia nao chegar logo na cidade, tinha uma canoa que até levava lenha para facilitar na hora da chegada em um lugar de refúgio, e finalmente vimos a curva do Rio onde se encontrava a tal cidadezinha  lassanse!Descemos finalmente  das canoas todos debilitados,os braços nem obedecia  pelo grande esforço das remadas incessantes...  E fomos atrás de uma cesta básica na Prefeitura...  A cidade tinha  Estaçao de Trem e belos trilhos de ferro, fiquei sabendo até que um amigo de infância morava lá o Jailton,  em um bairro na beira Rio...Deixamos tudo a beira rio,  e fomos... ao chegar dentro da cidadezinha, bem pequena, chegamos na Prefeitura, e até hoje eu acho que foi a própia Prefeitura  que chamou os policiais com medo da gente,fomos  rescepcionados por PMs  que nos deteram e nos levaram para  a delegacia... os policiais falavam que teriam de averiguar de onde a  gente era...e um amigo da Expediçao disse que estávamos a ver a natureza, e o PM falou que ver natureza que nada, que éramos era vagabundos... em um momento. o pedro de Olinda foi telefonar para sua mâe em Olinda, e os guardas pegaram o telefone a força de sua mão perguntando  em alta voz  com quem ele estava falando e  se era realmente a mãe dele, e assim fomos pra delegacia   mas na delegacia foi falado que o pai de um integrante era juiz de direito e que ele já havia perdido tres audiencias por causa disso...
entao os PMs mudaram totalmente de conduta, e nos trataram bem melhor nos liberando pouco depois.
foi divertido mas os pms não quiseram devolver o canivete que nos era tao útil...  ficamos ainda menos equipados para a aventura do Grane Rio das Velhas...Enfim a Prefeitura nos deu uma cesta bem pequena, mas parecia ser de coração...

como se fazia ao chegar no acampamento

Chegando a tarde, em um Rio maravilhoso e navegado por muitos antes de nós, com barcos  gigantes,
a gente encostava a canoa, e em um pulo já  furava um buraco qualquer  na terra e alí já era o fogão...
  Com apenas uma cavada já se fazia o fogão, na verdade era apenas um espaço para colocar uns pedaços de lenha rapidamente....  a fome era muita, éramos como bichos do mato, as coisas eram limpas na maneira do possível, cada um se virava como podia, colocava-se uma panela com feijão para ''tentar'' cozinhar, mas na maioria das vezes não dava tempo e comíamos  crú  mesmo,  cada um arrumava um lugar de dormir do jeito que dava, dormíamos sempre com  fome, nunca saciados, os cobertores as vezes eram molhados pelas gotas das remadas, matávamos passarinhos para iscas por não acharmos nada de minhoca...sem essa técnica dos passarinhos seria ainda mais difícil...
   O perigo de cobras era muito evidente,  mas mesmo assim, dormíamos na terra pura, sem  colchão  com apenas alguma folhas forradas no chão frio  ou um  fino cobertor que servia como colchão e coberta ao mesmo tempo, metade para se cobrir e metade para esticar o corpo...
As roupas eram sujas e encardidas pelo barro da beira  rio,  ao passar em canaviais e mandiocais a gente pegava um pouco e comíamos vorasmente dentro das canoas em movimento..., Os amigos de viagem nao dividiam nada, tinha discussoes consatantes, nao tínhamos máquina de fotografar e nem filmadora para registrar nada, as vezes pegávamos cágados( tartaruga de Rio)  e comíamos em forma de  sopas para render mais.  Nem tínhamos tempo de pescar,  que o cançasso  era  demais  depois de um grande dia de remada no sol...Nao tínhamos protetores solar...nem  chapél...Com uma cesta básica apenas para se alimentar era muito difícil de se preparar um alimento digno e simplesmente não comíamos quase nada...  As canoas as vezes quebravam e alguns integrantes nao esperavam que outros arrumassem as suas canoas e desciam o Rio sem aguardar deixando os amigos para trás num lugar deserto e perigoso...  Sempre aparecia cobras venenosas, e outros bichos peçonhentos, era desunião total entre os participantes a nao ser alguma panelinha que se formava sempre...
A água de beber tinha gosto de óleo  e a cor da água era marrom de poluição...  demorva muito chegar em outra cidade  para pedir socorro... única coisa para comer instantaneamente que o Rio dava era cana...ao chegar no em um lugar antes de a noite cair era dificil de arrumar lugar   melhor pra dormir que todos ja tinham confiscado os melhores lugares...as pessoas ribeirinhas nao confiavam na gente quando chegavamos em fazendas para pedir algo com roupas sujas.

A rede de pesca e os peixes rio abaixo

Durante a viagem, passando por uma rede de pesca que estava atravessada no Rio, um amigo logo já enrrolou ela e guardou na canoa, esta rede serviu para armar no mesmo dia a noite   a kilometros rio abaixo..
Armei  ela beira Rio e peguei uma corimba, assei elas mas na  hora que fui comer ... um amigo da expedição comeu tudo...e não deixou pra ninguem...
cheguei a falar com  ele o porque de ter feito aquilo e ele falou que estava com fome, na hora segurei a minha furia e nao fui no embalo de  brigar;;;
mas a vontade era de descontar tudo de um vez naquele marujo mal convidado e entrao na expediçao...


A hora de beber agua do Rio das velha (Rio poluido pela metrópole Belo Horizonte)

A sede aumentava e as águas que tínhamos conseguido  já tinha acabado a muito tempo e para piorar a gente navegava em agua ''lógico''  então ao olhar pra baixo já se via a imensidão dagua  e sem poder beber..
Nós em uma atitude desesperada entramos no rio e bebemos a água, o gosto era de poluição mesmo. gosto de barro com óleo, alí nao tinha corregozinhos desaguando no grande rio para que bebessemos!
e isso nos rendeu diarréias e o Pedro de Olinda foi parar no hospital na cidade seguinte com grave infecçao.

O pão com salame

Em um  dia normal de muita fome sede que sempre passávamos , chegamos a uma ponte  que alí perto já era uma cidadezinha,  decidimos que alguem tinha que ficar nas canoas tomando conta e os outros sairiam para achar comida...
Entao eu decidí ficar para tomar conta das embarcações... mas eu pedi que trouxessem algo para eu comer tambem, e acho que nem precisaria eu pedir já que  ficaria alí sozinho aguardando e tomando conta de tudo...
Esperei várias horas debaixo daquela ponte solitariamente com tres canoas canadenses e bagagens
minuciosamente amarradas.
E até que o pessoal chegou, eu fiquei feliz de eles chegarem que eu já estava com muita fome e aguardava debaio de um sol inclemente...Eles chegaram, sentaram em suas canoas, pegaram seus remos, e sairam...  eles estavam comendo pao com salame  que arrumaram na cidade mas nao  me deram nem um  pedaço e saíram como se nada estivesse acontecido...fiquei sinceramnete assustado com aquilo em pensar o que aconteceu de eles nao guardarem nada pra eu comer...sendo  que  a comida era essencial para a viagem... era uma coisa primordial...foi uma descepçao!!